Em 1990, os especialistas em estratégia Robert S. Kaplan (hoje ele é professor da Harvard Business School) e David P. Norton, deram início a um projeto poderoso sob o ponto de vista gerencial. Eles queriam pesquisar empresas, dos mais variados setores da economia, com o objetivo de medir o seu desempenho organizacional: lucro, número de clientes, parcerias e participação no mercado. A ideia era descartar as técnicas utilizadas até então para esse fim e encontrar uma nova fórmula para essa avaliação.
Naquela época, a contabilidade financeira tradicional era a única ferramenta que dava acesso às evidências e aos indicadores. Portanto, investimentos em capacitação de empregados, sistemas de informação, banco de dados, clima organizacional, qualidade e melhoria de processos eram considerados despesas.
Kaplan e Norton acreditavam que o conhecimento, sobretudo os relacionados aos colaborares e à tecnologia da informação, viriam a ser cada vez mais importantes e se tornariam ativos essenciais para o sucesso de qualquer negócio.
Elo de ligação
A partir dessa perspectiva, bens como marcas, habilidades e conhecimento de colaboradores, cultura organizacional e qualidade de processos, entre outros, ganhariam uma nova dimensão. Tudo isso seria visível – tangível – e, assim, também poderia ser devidamente medido e gerenciado.
O projeto, que mais tarde se transformou em um importante método de gestão empresarial, teve como finalidade comunicar, de maneira clara e objetiva, os propósitos de uma empresa. Os detalhes e elementos desse novo sistema foram publicados e detalhados por Kaplan e Norton, em um artigo publicado pela Harvard Business Review, em 1992.
Ao rever, com a distância dos anos, as teorias da dupla, constatamos que elas se concretizaram. Hoje, podemos afirmar que os capitais humano, da informação e organizacional transformaram-se no elo de ligação entre as empresas e o futuro.
Mais valor (humano)
E é tão real esta constatação que, há pouco, Rana Foroohar, colunista de negócios global e editora do Financial Times (EUA), relatou em um vídeo veiculado no Valor Econômico , como as empresas, que valorizam o capital humano, estão ganhando dinheiro na atualidade. Os seus funcionários são tratados como talentos (e não como pessoas dispensáveis), e eles colaboram prontamente com as organizações às quais pertencem. Juntos, todos prosperam e por meio de práticas como pesquisa e desenvolvimento ou e uma intensa atividade intelectual.
Rana ainda afirma que os bens baseados em conhecimento, tornaram-se a marca registrada das empresas mais bem-sucedidas do momento, como a Google e a Apple. Estas, medem suas riquezas sob as formas de propriedade intelectual, marcas, patentes e métodos de gestão que demandam um alto nível de informação digital.
Além de tangível, palpável, o conhecimento humano de primeira linha é – enfim – o novo capital e também o diferencial das organizações mais importantes da nossa era.
Aprofunde o tema aqui:
_http://www.fluxosolutions.com.br/newsletter-9/ativos-tangiveis-e-intangiveis
_https://www.ft.com/video/8ac4c9f8-8586-44bf-84f0-f710c4177cb6
_http://www.valor.com.br/video/5489556737001/o-conhecimento-e-o-novo-capital
_https://en.wikipedia.org/wiki/Rana_Foroohar
_https://pt.wikipedia.org/wiki/Balanced_scorecard
////